Se você tem a impressão de que o ano se resume ao looping infinito do mês de março, chegou a hora de parar 10 minutos diante deste texto para refletir sobre as lições de 2020 para o marketing digital.

Enquanto aguardávamos ansiosos pelo fim da quarentena, nos tornamos testemunhas oculares da maior aceleração na transformação digital da história.

De forma rápida e intensa, o processo batizado de “novo normal” acendeu holofotes também para o marketing digital. 

Afinal, não houve empresa que não viu, de imediato, que o digital havia se tornado a principal fonte de acesso aos consumidores.

De um lado, 90% dos pequenos negócios que não tinham presença digital precisaram rever seu posicionamento. 

De outro, marcas já presentes na internet viram a disputa pela atenção dos usuários aumentar junto com as preocupações e números da pandemia.

Como falar de vendas em um cenário de tantas incertezas? Seja antes de fazer um post, mandar um e-mail ou elaborar uma campanha, não houve um único negócio, independentemente do tamanho, que não tenha buscado uma resposta para essa pergunta.

Lições de 2020 para o marketing digital e os números da transformação digital

A pesquisa global CEO Outlook 2020, realizada pela consultoria KPMG deu alguns números ao cenário da transformação digital nas empresas. 

Para 67% dos executivos ouvidos pela KPMG, a digitalização das operações passou por avanços que colocaram os negócios meses (e até anos) à frente do esperado.

Apontado como o grande case de Transformação Digital no Brasil, a plataforma Parceiro Magalu, do Magazine Luiza, foi uma resposta rápida da marca para que varejistas físicos, pequenos e médios, continuassem vendendo seus produtos, mesmo com as lojas fechadas.

Nas palavras da Coleman Parkes Research, “a transformação digital tem impulsionado, em média, 37% do crescimento de receita advinda de novos negócios – em sua maioria devido à combinação de novas tecnologias digitais e melhoria da oferta”.

No marketing digital, a transformação digital pode ser traduzida por uma série de ações em 2020.

E elas não só marcaram o ano como deram provas suficientes de que vieram para ficar. Acompanhe com a AstrusWeb, algumas das lições de 2020 para o marketing digital.

Novos canais de venda e relacionamento

No final de 2019, a projeção de crescimento da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo para o setor de e-commerce em 2020 era de 21,3%. 

Só que com as lojas físicas fechadas durante a pandemia, os hábitos de consumo se transformaram.

O novo contexto de compras fez os números do e-commerce dispararem. De acordo com o Movimento Compre&Confie, só nos primeiros oito meses do ano o setor cresceu 56,8% em relação ao mesmo período de 2019.

Os números mostram que não há como negar: este foi um grande ano para o e-commerce brasileiro. 

E também foi a primeira vez que organizações, de todos os portes, precisaram desenvolver (como resposta rápida) novos canais de vendas e relacionamento com seus clientes, baseados no digital.

O lado humano das marcas

Não apenas chamar o consumidor pelo nome, mas entender verdadeiramente a sua situação, sentimentos e necessidades.

A pandemia abriu caminho para o marketing digital que promove a gentileza e a preocupação com as pessoas.

Em muitos momentos, o novo normal foi mostrar o lado humano por trás das marcas. 

Negócios que entenderam essa mensagem conseguiram se diferenciar, conquistar e cativar a atenção dos consumidores.

Nunca foi tão importante adequar as mensagens ao momento presente. Por isso, ganharam a atenção dos consumidores conteúdos que mostraram o que as marcas tinham de melhor, o que estavam fazendo para o bem-estar da população e os cuidados com seus colaboradores.

Tudo isso fez de 2020 um grande ano para as marcas serem mais humanas, reais e autênticas.

Olhar para a comunidade

Cuidar uns dos outros talvez tenha sido uma das mais importantes lições de 2020 para o marketing digital.

Prova disso foi que as conexões por interesses em comum aumentaram exponencialmente. 

A informação é comprovada pela Socialbakers, empresa que monitora 8 milhões de perfis de negócios nas principais redes sociais, utilizando Inteligência Artificial.

Um dos principais interesses em comum entre as pessoas neste ano foi ajudar a diminuir os impactos do coronavírus nos pequenos e médios negócios.

Hashtags como #compredopequenonegocio e outras campanhas de incentivo às compras em locais como a mercearia, petshop e as pequenas lanchonetes do bairro, enfatizaram a importância da união em torno de um mesmo objetivo. 

E elas mostraram, mais uma vez, a força do digital e das comunidades.

Ano das lives

Impossível reprisar o ano que começou depois da pandemia, sem lembrar de tudo o que começou a acontecer na internet por meio de lives.

Aulas de academia, formaturas, desfiles de lojas, palestras e, claro, shows. A cantora sertaneja Marília Mendonça teve a live mais assistida do mundo em 2020.

A transmissão ao vivo da cantora computou mais de 3,3 milhões de views simultâneos.

Com a recomendação para o isolamento social, as lives se transformaram em uma nova forma poderosa de interação com o público.

Até o papa Francisco transmitiu a tradicional missa de Páscoa pela internet. Dados do YouTube mostram que as buscas por conteúdo ao vivo cresceram 4.900% no Brasil na quarentena.

Um estudo da consultoria Forrester e da IBM, revelou que a audiência das lives é de dez a 20 vezes maior do que a dos vídeos gravados.

A empresa de tecnologia Cisco projeta que, até 2021, 80% do tráfego de dados na internet será de conteúdo de vídeo. 

E depois disso? A tendência é que os números deste formato continuem crescendo, impulsionados pela pandemia.

Experiência omnichannel fortalecida

Quem também termina o ano em alta é a experiência omnichannel. Considerando que os consumidores se deslocam entre diferentes dispositivos e canais durante a jornada de compra, ser omnichannel significa oferecer a eles experiências de marca totalmente integradas e consistentes em cada um desses canais.

Em tempos de pandemia, os clientes circularam ainda mais por diferentes canais, desejando ter suas particularidades compreendidas pelas marcas.

Para as empresas, além da importância do omnichannel, fica a lição de levar os dados a sério.

Afinal, é nos dados que estão os insights necessários para fortalecer a experiência do usuário e, consequentemente, os negócios.

Os influenciadores e o TikTok

Passar mais tempo conectado também significou, para muitas pessoas, se aproximar dos influenciadores.

Produtores de conteúdo focados em transmitir suas realidades (e não manuais de perfeição) conquistaram o olhar de um público em busca de identificação.

Ao longo de 2020, o tema bem-estar foi o que teve o maior número de influenciadores com ganhos de seguidores (60%) e elevação do engajamento (67%). 

Aliás, a vida real roubou a cena em redes sociais como o TikTok. O conteúdo em vídeo de poucos segundos, caseiro e amador, se transformou na resultado perfeito para a busca de entretenimento pela internet.

Dados da SensorTower, apontam que o TikTok foi o aplicativo mais baixado durante a pandemia. Foram 2 bilhões de downloads durante o primeiro trimestre de 2020. 

No Brasil já são 7 milhões de usuários cadastrados à rede, compartilhando, curtindo e gravando conteúdos em vídeo diariamente.

Acha que faltou alguma coisa na nossa lista de lições de 2020 para o marketing digital? Aproveite para conferir agora as tendências de marketing digital para 2021!